segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

O livro: meu grande amigo


Desde criança eu leio muito. Não consigo me lembrar da leitura das minhas primeiras palavras, mas me lembro dos textos que lia nos livros da 3ª série. Lembro daquele poema de Vincius sobre borboletas coloridas... Lembro também do beijo de Capitu e Bentinho que li no livro de português da 4ª série. Fiquei doida pra ler a história toda e nem sabia que ela estava lá na estante da minha casa.

O primeiro livro que li foi "A moreninha". Eu tinha 9 anos e também fui atrás dele depois de uma leitura complementar na escola. Comentei com a minha mãe e ela disse que tínhamos um exemplar na estante. Li com um dicionário do lado. E me lembro que quando o reli, mais velha, parecia que haviam introduzido trechos enormes dos quais eu não me recordava (não devia ter entendido metade das palavras).

Adorei procurá-lo. Adorei a estante. Enorme e repleta de livros. O engraçado é que até esse dia eu sempre via a estante mas nunca prestava muita atenção nela. Quando tínhamos algum trabalho escolar, a mãe perguntava o assunto, sacava um tomo de alguma enciclopédia e mergulhávamos no maravilhoso mundo da literatura ilustrada. Toda a informação que eu precisava estava lá. Cheio de  fotos, gravuras, gráficos e ilustrações. Os outros livros, pequenos e sem figuras ainda não tinham chamado a minha atenção, até a busca pelA Moreninha.

O cheiro dos livros me coçava e nariz que, muitas vezes, pingava sobre eles. Espirrava até sentir gosto de sangue na garganta. Minha mãe me ajudou a fazer uma limpeza e, no começo, procurava o livro comigo. Depois fiquei por minha conta. Mas a emoção de encontrar aventuras empolg antes e personagens fantásticos bem ali na sala de casa era indescrítivel. Então eu amarrava uma fralda no rosto (tenho cinco irmãos mais novos) e estava pronta pra busca.

Lá pelos 13 ou 14 anos eu não tinha mais histórias pra ler. Comecei a ler as coleções. Lembro que li uma sobre filosofia e teologia. Fiquei chocada com a visão e atidutes da igreja católica. Quase apanho da minha mãe quando comecei a falar mal de Santo Agostinho...

Um dia, relendo A volta ao mundo em 80 dias, vi que no final, tinha uma lista de livros com um formulário de pedido com porte pago. Estavamos em 1985 e o formulário era de 1977, mas arrisquei. Uns quinze dias depois recebi a notificação dos correios. Nossa que emoção! Meu pai foi buscar para mim. Precisei esperar o dia inteiro até que ele voltasse do trabalho. Abri o pacote deliciada. Eram: 2000 Léguas Submarinas,  Viagem ao Centro da Terra e Poliana Moça.E assim fui ampliando a biblioteca até voltar pra São Paulo.

Lá, eu ficava sócia de tudo quanto é biblioteca circulante que eu passasse em frente. E comecei a fazer minha própria coleção. Perdi uma boa parte em empréstimos, mas ela cresce a cada ano. Me casei com um leitor de clássicos (eu sou beeeeeeeeem mais eclética) e fizemos uma ratinha de livraria. Nossa menina ainda não sabe ler e nunca entrou em uma biblioteca, mas adora a Sodiler do Maceió Shopping. É um verdadeiro suplíicio tirá-la de lá.

Agora estou relendo Para ler como um escritor, de Francine Prose. É um tipo de manual, mas que não parece ser. Bem interessante.

Seria interessante se eu participasse de um clube de livros. É uma idéia.

Fica pro próximo post.

Adriana Cirqueira

2 comentários:

Henrique Cirqueira Freire disse...

É mesmo delicioso o sabor da descoberta do universo literário!
Não me lembro de leituras tão remotas, talvez me lembre a partir dos 10 ou 11 anos.
Gostava da pequena biblioteca na casa dos meus pais - ou escritório, como chamávamos - mas a coleção era bem limitada: só fui além das fronteiras nacionais quando na universidade.
Adoro livros, adoro tê-los, adoro lê-los - principalmente para nossa ratinha de livraria!
Beijos!
Sempre seu, Leitor de Clássicos

Anônimo disse...

As crianças de hoje preferem a televisão. Nenhuma das crianças da minha relação seu Reinações de Narizinho ou qualquer outro clássico infantil nacional. Muito triste.

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